Em “Vingança”, Três homens casados e ricos fazem anualmente uma espécie de caçada no deserto. Desta vez, um dos empresários decide trazer sua amante (Matilda Lutz). Quando ela é abandonada para morrer devido a uma série de acontecimentos, eles terão que lidar consequências de uma mulher que busca vingança.
Produtores
- Carole Baraton
- Yannick Bossenmeyer
- Yannick Bossenmeyer
- Yohann Comte
- Hicham El Ghorfi
- Frédéric Fiore
- Nadia Khamlichi
- Pierre Mazars
- Alexis Perrin
- Adrian Politowski
- Frantz Richard
- Marc-Etienne Schwartz
- Marc Stanimirovic
- Gilles Waterkeyn
Trilha sonora
- Robin Coudert
Direção de fotografia
- Robrecht Heyvaert
Edição
- Jerome Eltabet
- Coralie Fargeat
- Bruno Safar
Direção de elenco
- Martin Rougier
Figurino
- Elisabeth Bornuat
Produção
- M.E.S. Productions
- Monkey Pack Films
- Charades
- Logical Pictures
- Nexus Factory
- Umedia
- uFund
- Canal+
- Ciné+
- Cinémage 12
- Tax Shelter du Gouvernement Fédéral Belge
- Investisseurs Tax Shelter
Trailer
Teaser 1
Teaser 2
- Vingança foi filmado em uma locação no Marrocos, escolhida por sua aparência genérica e isolada, ideal para transmitir a aridez e o desamparo do deserto. Um pequeno vilarejo que ficava ao fundo da casa utilizada nas filmagens foi propositalmente deixado fora do enquadramento, reforçando a sensação de que os personagens estão completamente sozinhos naquele ambiente hostil.
- Uma das inspirações de Coralie Fargeat foi o filme Encurralado (Duel), de Steven Spielberg, justamente por conseguir criar tensão com pouquíssimos elementos — apenas um carro, um caminhão e nada mais.
- Sobre as cenas iniciais do filme, em que Jen é apresentada sob um olhar masculino e aparece dançando com os homens, Coralie Fargeat explicou que essa abordagem foi intencional. A diretora queria abraçar a imagem fascinante e polêmica da “Lolita”. Segundo ela, Jen pode ser fútil, provocante ou um objeto de desejo se assim desejar — e nada disso deveria servir como justificativa para uma agressão sexual.
- O filme apresenta uma quantidade tão grande de sangue que, segundo a diretora Coralie Fargeat, a equipe de efeitos práticos frequentemente ficava sem o sangue cenográfico durante as filmagens. Naturalmente, a quantidade de sangue perdida pelos protagonistas beira o absurdo do ponto de vista da viabilidade humana — especialmente no caso de Richard (interpretado por Kevin Janssens). Considerando que o corpo humano possui, em média, apenas cinco a seis litros de sangue, o nível de hemorragia mostrado na tela seria suficiente para causar choque hipovolêmico e morte em poucos minutos.
- A trilha sonora do filme foi inspirada nos trabalhos de John Carpenter, Étienne Jaumet e Thomas Bangalter, mesclando sintetizadores intensos e atmosferas eletrônicas para reforçar a tensão e o clima estilizado da narrativa.
O filme foi selecionado para exibição na seção Midnight Madness do Festival Internacional de Cinema de Toronto de 2017 e integrou o programa Midnight Shivers da 21ª edição do Tallinn Black Nights Film Festival (PÖFF), voltado a produções de terror e suspense com forte impacto visual e temático.
Crítica: Vingança (2017)
Quando a Caça Se Torna Caçadora
Lançado em 2017, Vingança (Revenge) marcou a estreia da diretora francesa Coralie Fargeat, que anos depois ganharia projeção internacional com o polêmico e premiado A Substância (2024). Aqui, ela já mostrava o que viria a ser sua marca registrada: O uso do corpo, muito sangue e uma boa dose de provocação.
A trama acompanha Jen (interpretada por Matilda Lutz), uma jovem que viaja com o amante para uma casa isolada no deserto. Após um ato de violência sexual e uma tentativa de assassinato, ela é deixada para morrer — mas sobrevive e parte em busca de vingança.
O roteiro não perde tempo com desenvolvimento de personagens. Ninguém ali tem camadas: Jen é a vítima que vira justiceira, e os homens são caricaturas de homem tóxico. Funciona dentro da proposta, mas falta profundidade pra gente se importar de verdade com o que está acontecendo.
Visualmente, Vingança é um espetáculo. Coralie Fargeat transforma o deserto em um palco de alucinação e sobrevivência, explorando cores saturadas, trilha eletrônica e enquadramentos milimetricamente calculados. O sangue adquire quase um valor estético, compondo imagens que se aproximam de um pesadelo estilizado.
Entretanto, essa aposta no visual tem um custo: a forma muitas vezes sobrepõe o conteúdo. O excesso de estilo enfraquece a dimensão emocional da história, tornando a experiência mais plástica do que visceral. Ainda assim, é inegável que Fargeat demonstra uma assinatura autoral sólida, especialmente ao subverter o olhar masculino tradicionalmente presente no gênero.
Matilda Lutz sustenta o filme quase sozinha, com uma atuação intensa e fisicamente exaustiva. Sua transformação — de vítima vulnerável a caçadora implacável — é conduzida com energia e convicção. Mesmo que o roteiro não ofereça espaço para grandes nuances emocionais, a atriz encontra potência no silêncio e na resistência, tornando crível o arco de renascimento de Jen.
Título original: Revenge
Nacionalidades: França, Bélgica
Gêneros: Ação, Terror, Thriller
Ano de produção: 2017
Data de estreia: 1 de fevereiro de 2024 (Brasil – Cinema)
Direção: Coralie Fargeat
Roteiro: Coralie Fargeat
Duração: 1 h 48 min
Classificação; 18 Anos
Distribuição: Fênix Distribuidora de Filmes
⭐6,4 IMDb
Onde assistir
