Baseado em fatos reais, “O Ônibus Perdido” (2025) é um tenso drama de sobrevivência ambientado durante o devastador Camp Fire de 2018 na Califórnia. O filme narra a luta angustiante do motorista de ônibus escolar, Kevin McKay (Matthew McConaughey), e da professora Mary Ludwig (America Ferrera), que precisam guiar um ônibus cheio de 22 crianças em uma corrida desesperada pela vida. Eles enfrentam o caos e as chamas de um dos incêndios florestais mais destrutivos da história, em um intenso teste de coragem e resiliência humana.
Produtores
- Jamie Lee Curtis
- Jason Blum
- Emily Evans-Thirlwell
- William Goldenberg
- Russell Goldman
- Gregory Goodman
- Brad Ingelsby
- Nicole Jordan-Webber
- Cliff Lanning
- Amy Lord
- Robin Mulcahy Fisichella
Trilha sonora
- James Newton Howard
Direção de fotografia
- Pål Ulvik Rokseth
Edição
- Peter Dudgeon
- William Goldenberg
- Paul Rubell
Direção de elenco
- Kathy Driscoll
- Francine Maisler
Designer de Produção
- David Crank
Direção de arte
- Landon Lott
- Jarrette Moats
- Billy W. Ray
- Kendra Tuthill
Decoração de set
- Elizabeth Keenan
Figurino
- Mark Bridges
Produção
- Apple Original Films
- Blumhouse Productions
- Comet Pictures
Trailer 1

Trailer 2

- O filme foi rodado em Ruidoso, Novo México, em meados de abril de 2024. Dois meses depois, o vilarejo seria devastado pelo incêndio florestal de Southfork.
- Três gerações da família McConaughey participam do filme: o ator Matthew, sua mãe, Kay, e seu filho mais velho, Levi.
- Baseado em fatos reais, o filme retrata o Camp Fire de 2018 — o incêndio mais mortal da história da Califórnia.
- O incêndio, considerado o mais mortal da história do estado, causou 85 mortes e deixou cerca de 13.500 pessoas desabrigadas.
Crítica: O Ônibus Perdido (2025)
Melhor filme-catástrofe dos últimos anos

Em O Ônibus Perdido (The Lost Bus, 2025), Paul Greengrass retorna à sua melhor forma. O diretor de Voo United 93 e Capitão Phillips entrega um dos melhores filmes-catástrofe dos últimos anos.
Desde os primeiros minutos, Greengrass imprime sua marca registrada: câmera trêmula, cortes secos e uma montagem que coloca o espectador dentro do olho do furacão. Cada movimento de câmera parece responder ao pânico dos personagens, criando uma sensação quase documental — como se estivéssemos assistindo a um registro real de uma tragédia iminente. Essa escolha estética reforça a autenticidade do caos, transformando o desastre não apenas em espetáculo visual, mas em uma experiência visceral.
Ao focar a narrativa quase inteiramente no ônibus, o diretor restringe o olhar do espectador. Essa decisão narrativa, embora limite o contexto mais amplo da tragédia, é deliberada: Greengrass não quer mostrar a totalidade do desastre, mas sim a experiência humana e imediata de quem está preso dentro dele. Essa perspectiva confinada amplifica a tensão e a empatia, transformando o microcosmo do ônibus em um espelho da catástrofe maior.
Matthew McConaughey entrega aqui sua melhor atuação desde Interestelar (2014). No papel de um motorista que se torna improvável herói, ele transmite com precisão o peso da responsabilidade e o pavor diante do incontrolável. Sua performance é crua, vulnerável e profundamente humana. America Ferrera, em um papel igualmente marcante, equilibra força e sensibilidade, servindo como a bússola emocional do grupo em meio ao caos.
O fogo é filmado como uma entidade viva — um personagem silencioso e imprevisível. Ele respira, avança e consome tudo ao redor, tornando-se o verdadeiro antagonista do filme. A forma como Greengrass o enquadra, com movimentos bruscos e planos próximos, reforça sua natureza ameaçadora.
Com as linhas telefônicas cortadas, os sinais bloqueados e a falta de contato com o mundo exterior tornam-se tão angustiantes quanto as próprias chamas. A incapacidade de pedir ajuda, de saber o que está acontecendo além do fogo, adiciona uma camada de pavor silencioso, mostrando que, em situações extremas, o isolamento pode ser tão devastador quanto o desastre em si.
A trilha sonora de James Newton Howard, marcada por batidas tensas e notas dissonantes, mantém o espectador em constante estado de alerta. A música não busca emocionar, mas provocar ansiedade — um acompanhamento perfeito para o realismo sufocante das imagens.
Com O Ônibus Perdido, Paul Greengrass demonstra mais uma vez seu domínio sobre o caos cinematográfico. Mesmo ao restringir o escopo da tragédia, ele amplia seu impacto emocional, entregando um retrato intenso da coragem humana diante do desastre. É um filme que queima devagar, mas deixa cicatrizes profundas — um dos grandes filmes-catástrofe desta década.
Título original: The Lost Bus
Nacionalidade: Estados Unidos da América
Gêneros: Biografia, Drama, História, Suspense
Ano de produção: 2025
Data de estreia: 03 de outubro de 2025 (Apple TV)
Direção: Paul Greengrass
Roteiro: Brad Ingelsby, Paul Greengrass, Lizzie Johnson
Duração: 2 h 9 min
Classificação; 14 Anos
Distribuição: Apple TV
⭐7,0 IMDb