10 Segredos sombrios sobre o filme “Hereditário”

Desde sua estreia em 2018, Hereditário (Hereditary), dirigido por Ari Aster, tornou-se um dos filmes de terror mais marcantes do século. Sua atmosfera inquietante, somada a uma carga dramática intensa e atuações memoráveis, fez da produção um clássico instantâneo. No entanto, por trás das câmeras, há uma série de segredos sombrios que tornam essa obra ainda mais intrigante. Neste vídeo do cana Refúgio Cult, conhecemos 10 curiosidades sombrias sobre o filme.



1. Originalmente, não era um filme de terror

Toni Collette, Gabriel Byrne, Alex Wolff e Milly Shapiro em uma cena dramática do filme Hereditário (2018), reunidos em volta da mesa de jantar
Toni Collette, Gabriel Byrne, Alex Wolff e Milly Shapiro interpretam os membros da perturbada família Graham no aclamado terror psicológico Hereditário (2018), dirigido por Ari Aster.

Ari Aster começou escrevendo Hereditário como um drama familiar sobre luto. A história se concentraria na perda de um ente querido e nas consequências emocionais disso para os membros da família. Porém, no meio do processo criativo, Aster percebeu que os elementos sombrios que surgiam naturalmente no enredo apontavam para algo mais. Assim, decidiu reescrever o roteiro com uma abordagem mais voltada ao horror psicológico — transformando o projeto em seu primeiro filme de terror.

2. Ator se feriu gravando cena

Alex Wolff como Peter em cena do filme de terror Hereditário (2018), com rosto machucado e nariz quebrado com curativo - ator se machucou durante as filmagens

Alex Wolff interpreta Peter Graham em uma das cenas mais intensas do aclamado filme de terror “Hereditário” (2018). O ator realmente se machucou durante as filmagens desta sequência.

O ator Alex Wolff, que interpreta Peter, insistiu em utilizar o método de atuação na perturbadora cena em que seu personagem bate a cabeça na carteira da escola. Ele chegou a sugerir quebrar o nariz de verdade, mas Ari Aster o convenceu a utilizar um equipamento com proteção. Ainda assim, Wolff se entregou tanto à cena que acabou deslocando a mandíbula ao bater o queixo em uma parte não acolchoada da mesa.

3. Cena da cabeça foi inspirada em um caso real

Milly Shapiro como Charlie Graham olhando fixamente
Milly Shapiro vive Charlie, figura enigmática e essencial para o terror do filme.

A chocante cena em que a personagem Charlie perde a cabeça após colocar o rosto para fora da janela foi inspirada em um acidente real ocorrido na Geórgia, em 2004. Dois jovens, voltando bêbados de uma festa, protagonizaram um incidente trágico quando um deles colocou a cabeça para fora do carro e foi atingido por um fio de eletricidade. O motorista, tão embriagado quanto, teria chegado em casa sem perceber o que havia acontecido com o amigo.

4. Trailer exibido por engano

YouTube video

Em uma exibição da animação Pedro Coelho em um cinema australiano, o trailer de Hereditário foi exibido por engano antes da sessão. O resultado: dezenas de crianças de 7 a 9 anos saíram aterrorizadas da sala, e os pais revoltados exigiram explicações. O cinema pediu desculpas e distribuiu ingressos como forma de compensação.

5. Toni Collette quase recusou o papel

Toni Collette com expressão de horror em Hereditário
A atuação de Toni Collette foi elogiada pela crítica e considerada digna de prêmios.

Apesar de sua performance ter sido amplamente aclamada, a atriz Toni Collette revelou que hesitou em aceitar o papel de Annie por não gostar de filmes de terror. Ela só mudou de ideia após ler o roteiro completo, percebendo que Hereditário era muito mais do que um simples filme do gênero — e sim uma obra complexa, com fortes elementos dramáticos. A decisão se mostrou certeira: sua atuação é considerada uma das mais impactantes da década.

6. A cena do poste era para ser ainda mais violenta

Milly Shapiro como Charlie Graham refletida no espelho retrovisor do carro em Hereditário (2018), cena que antecede um dos momentos mais impactantes do filme
Milly Shapiro interpreta Charlie Graham em uma das sequências mais memoráveis e impactantes do filme de terror “Hereditário” (2018)

Segundo Aster, versões mais gráficas da icônica cena do poste chegaram a ser filmadas, com próteses e efeitos visuais que mostravam sangue espirrando por todo o carro. No entanto, ele optou por uma abordagem mais contida e sugestiva — algo que, paradoxalmente, tornou a sequência ainda mais perturbadora.

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7. Baseado em traumas da família de Ari Aster

 Ari Aster orientando Toni Collette nos bastidores
Ari Aster, diretor de estreia no longa, conduziu o elenco com precisão emocional.

O diretor revelou que se inspirou em experiências pessoais para desenvolver o roteiro. Durante a juventude, Aster viu sua própria família passar por uma série de perdas e crises consecutivas, o que lhe deu a sensação de viver sob uma maldição. Embora o enredo sobrenatural seja fictício, o pano de fundo dramático carrega uma forte carga autobiográfica.

8. Inspirado por filmes nada convencionais

Cena de Hereditário (2018) mostrando Annie Graham observando Peter em combustão espontânea na sala de estar da casa Graham

Cena climática do filme de terror “Hereditário” (2018), dirigido por Ari Aster, mostrando um dos momentos mais perturbadores e sobrenaturais da narrativa.

A influência de O Bebê de Rosemary é clara, mas Aster também citou um título improvável: O Cozinheiro, o Ladrão, Sua Mulher e o Amante (1989), de Peter Greenaway. Não se trata de um terror, mas um drama visualmente intenso e desconfortável, com cenas de canibalismo e ambientação teatral. A atmosfera opressiva do filme foi uma das grandes inspirações para a estética de Hereditário.

9. A pesquisa sobre ocultismo afetou o diretor

 Livro de ocultismo e demonologia sendo lido em cena de Hereditário (2018), mostrando símbolos esotéricos e texto sobre invocações demoníacas
Cena do filme “Hereditário” (2018) mostrando um grimório com símbolos ocultos e textos sobre demonologia, elementos centrais na narrativa de Ari Aster.

Para criar os elementos de seita e simbolismo oculto presentes no filme, Aster mergulhou em estudos sobre demonologia, inclusive sobre o demônio Paimon — figura central do clímax. Segundo o próprio diretor, esse mergulho o afetou emocionalmente e o deixou perturbado por um período. Ele chegou a questionar se teria ido longe demais.

10. A casa foi construída em estúdio como uma “casa de bonecas”

 Annie Graham trabalhando em uma miniatura da casa
As miniaturas refletem a tentativa de Annie de controlar o caos da própria vida.

Apesar de parecer real, a casa da família Graham foi construída inteiramente em um estúdio. O cenário foi projetado com paredes removíveis e cômodos modulares, permitindo à câmera realizar movimentos fluidos que remetem às miniaturas criadas pela personagem Annie. Essa decisão criativa reforça o conceito de manipulação e inevitabilidade presentes na narrativa — como se todos fossem apenas peças de uma maquete macabra.

Mais do que um sucesso de crítica, Hereditário redefiniu os limites do terror moderno, abrindo portas para uma nova leva de produções que misturam o horror sobrenatural com dramas familiares intensos. Ari Aster provou ser um dos nomes mais inovadores do cinema contemporâneo.

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Felipe Bastos

Felipe Bastos da Silva é um jornalista e crítico de cinema brasileiro, fundador e editor do site Cinema e Afins. Desde a sua criação em 2007, o site se tornou uma referência na cobertura de cinema, séries, games e cultura pop, com uma abordagem aprofundada e jornalística. Ao longo dos anos, o site ganhou um público fiel e se firmou como uma fonte confiável para quem busca análises detalhadas e imparciais sobre as novidades do cinema e da cultura pop.

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