Em “Sexo, Poder e Arte“, Manu trás como narrativa um tema atual e contemporâneo: a hipersexualização da mulher no meio artístico.
“Isso sempre é confundido com o julgamento de outras mulheres e o medo de falar desse tema acaba calando muitas vozes. Não estou julgando mulheres que falam sobre a própria sexualidade e sim a prisão que é só ter atenção quando isso é abordado. A ideia é questionar o lugar que a mulher ocupa e o que as pessoas querem ver desse corpo feminino na arte. Se sexualizar para nossa geração de artistas mulheres é uma opção ou uma imposição?”, reflete.
O questionamento veio em forma de uma música composta há dois anos.
É um assunto que resolvi abordar depois de muita leitura, conversas, frustrações, não só minhas, mas de mulheres completamente diferentes no entretenimento, amigas que dividiram essa mesma frustração e a incapacidade para se comunicar publicamente sobre isso”, explica.
A narrativa do curta-metragem começa em um programa de TV, com uma conversa entre a apresentadora Karen, interpretada por Letícia Colin, e sua convidada Lélia, vivida por Pathy Dejesus.
“Elas foram extremamente queridas com o projeto, se identificaram com o tema, quiseram participar, deram sugestões, foi maravilhoso poder dirigi-las”, relata Manu.
A produção também conta com as participações dos atores Alejandro Claveaux e João Côrtes, interpretando diretor e produtor da atração, respectivamente.
Já o ator Victor Lamoglia dá vida ao personagem Paulinho, e representa o típico heterossexual desconstruído, com as melhores intenções, que acaba querendo explicar o que deveríamos fazer, ou ditar como lidar com nossos corpos e mentes.
O filme explica de forma bastante didática o quanto uma mulher precisa se desdobrar, mudar de personagem, mostrar o corpo e se reinventar para fazer sucesso, enquanto um homem pode ficar parado com seu violão e a carreira resolvida.
Assim como os curtas-metragens “Programa de Proteção à Carreira Artística“e “Pronta para Desagradar”, lançados recentemente neste mês, “Sexo, poder e arte” faz parte de um projeto autoral da artista, composto por quatro filmes que vem sendo apresentados ao público de forma fragmentada, com foco em divulgar a produtora Estúdio Gracinha, que tem direção criativa de Manu Gavassi e executiva de Felipe Simas e será inaugurada oficialmente em 2024.