As apostas do Oscar 2026
Com a temporada de festivais de cinema em pleno andamento e a repercussão da crítica especializada ganhando força, a corrida pelo Oscar 2026 já começa a tomar forma. Após passagens marcantes por Telluride, Toronto, Veneza e Cannes, alguns títulos emergem como potenciais candidatos à glória dourada na 98ª edição da Academia. Analisei 15 produções que podem figurar entre os indicados, destacando seus pontos fortes e as possíveis fragilidades que podem atrapalhar suas campanhas. Confira abaixo;
Uma Batalha Após a Outra
Direção: Paul Thomas Anderson

Dirigido por Paul Thomas Anderson e protagonizado por Leonardo DiCaprio e Sean Penn, o filme acompanha a escalada de poder e as fraturas pessoais entre dois líderes militares em uma guerra fictícia inspirada em conflitos históricos
Por que pode concorrer: Paul Thomas Anderson é um dos diretores mais respeitados de sua geração, com 11 indicações ao Oscar e nenhuma vitória até o momento. Esse retrospecto pode gerar uma campanha emocional em torno de sua trajetória, reforçando a narrativa de que está “na hora” de premiar o cineasta.
Por que pode não concorrer: A abordagem introspectiva e o ritmo contemplativo, marcas registradas de Anderson, podem não agradar a todos os votantes da Academia, especialmente se o público buscar produções mais acessíveis nesta temporada.
Categorias possíveis:
- Melhor Filme
- Direção (Paul Thomas Anderson)
- Ator (Leonardo DiCaprio)
- Ator Coadjuvante (Sean Penn)
- Direção de Arte,
- Montagem e Fotografia.
Hamnet – A Vida Antes de Hamlett
Direção: Chloé Zhao

Adaptação do romance best-seller de Maggie O’Farrell, o filme explora a dor de William Shakespeare (Paul Mescal) e sua esposa Agnes (Jessie Buckley) pela perda de seu filho Hamnet aos 11 anos em 1596. A narrativa investiga como essa tragédia pessoal influenciou a criação de “Hamlet” e a vida do dramaturgo. Zhao retorna às suas raízes intimistas após a experiência em grande escala de “Eternos“.
Por que PODE concorrer: Conquistou o People’s Choice Award no Festival de Toronto, um dos prêmios mais preditivos da temporada de prêmios. Com 87% no Rotten Tomatoes e 91 no Metacritic, a performance de Jessie Buckley tem sido elogiada pela crítica. A combinação de drama histórico, literatura canônica e exploração emocional profunda é exatamente o tipo de filme que a Academia tradicionalmente abraça. A trilha sonora de Max Richter adiciona camadas de profundidade emocional.
Por que NÃO pode concorrer: Alguns críticos apontam que, quando o filme tenta ser uma cinebiografia tradicional de Shakespeare, perde parte de sua força emocional. Além disso, retratar figuras históricas enfrentam o desafio de equilibrar reverência e originalidade.
Indicações possíveis:
- Melhor Filme
- Melhor Diretor
- Melhor Atriz (Jessie Buckley)
- Melhor Ator Coadjuvante (Paul Mescal)
- Melhor Roteiro Adaptado
- Melhor Fotografia
- Melhor Trilha Sonora (Max Richter),
- Melhor Figurino
- Melhor Direção de Arte
Pecadores
Direção: Ryan Coogler

Ambientado nos anos 1930 no Sul dos Estados Unidos, “Pecadores” segue gêmeos que tentam escapar de um passado conturbado abrindo um clube de blues durante a Grande Migração. No entanto, eles descobrem que o mal que deixaram para trás os perseguiu até sua nova cidade – na forma de uma misteriosa presença de vampiros.
Michael B. Jordan interpreta ambos os irmãos gêmeos em duplo papel, com Hailee Steinfeld como interesse romântico. O filme mistura horror vampiresco, drama de época e música blues em uma narrativa única.
Por que PODE concorrer: Com 97% no Rotten Tomatoes e arrecadação de US$ 367 milhões mundialmente, é o filme mais amado pela crítica e financeiramente bem-sucedido de 2025. A fusão de gêneros impressionou a crítica, e a trilha sonora de Ludwig Göransson (vencedor do Oscar por “Pantera Negra”) está sendo apontada como uma das melhores do ano. Ryan Coogler solidifica sua posição como um dos cineastas mais importantes da atualidade, e a performance dupla de Jordan é tecnicamente impressionante.
Por que NÃO pode concorrer: Filmes de terror historicamente enfrentam resistência da Academia, mesmo quando aclamados. Alguns críticos sentiram que a transição para o horror vampiresco na segunda metade é abrupta e mal desenvolvida, durando apenas 10-15 minutos. O ritmo desigual e a mudança tonal drástica podem dividir opiniões entre votantes mais conservadores.
Indicações possíveis:
- Melhor Filme
- Melhor Diretor
- Melhor Ator (Michael B. Jordan)
- Melhor Atriz Coadjuvante (Hailee Steinfeld)
- Melhor Roteiro Original
- Melhor Fotografia
- Melhor Montagem
- Melhor Direção de Arte
- Melhor Som
- Melhor Trilha Sonora (Ludwig Göransson),
- Melhor Canção Original
- Melhor Maquiagem e Cabelo.
Foi Apenas um Acidente
Direção: Jafar Panahi

Novo trabalho do diretor iraniano Jafar Panahi (Sem Ursos, 3 FAces), conhecido por seus filmes sobre a vida cotidiana no Irã sob restrições governamentais. A narrativa minimalista acompanha como um pequeno acidente de trânsito desencadeia uma reação em cadeia de eventos que revelam as tensões sociais e políticas de uma sociedade sob pressão. Panahi, que já enfrentou prisão e proibições de filmar em seu país natal, continua sua exploração das complexidades da vida iraniana contemporânea.
Por que PODE concorrer: Vencedor da Palma de Ouro em Cannes, o filme tem 97% no Rotten Tomatoes e 91 no Metacritic. Como representante da França na categoria de Filme Internacional (coprodução), é um dos favoritos absolutos. A Palma de Ouro historicamente confere enorme prestígio e visibilidade na temporada de prêmios.
Por que NÃO pode concorrer: Filmes em idiomas estrangeiros, mesmo premiados em Cannes, nem sempre conseguem expandir além da categoria Internacional. A narrativa minimalista e o ritmo contemplativo podem não atrair votantes que preferem produções mais grandiosas ou emocionalmente explícitas. A competição na categoria Internacional está especialmente forte este ano.
Indicações possíveis:
- Melhor Filme Internacional (representando a França)
- Melhor Filme
- Melhor Diretor
- Melhor Roteiro Original
Valor Sentimental
Direção: Joachim Trier

Drama norueguês que explora as complexas dinâmicas familiares através da história de uma mulher (Renate Reinsve) que retorna à casa de sua infância após a morte de seu pai (Stellan Skarsgård). Conforme ela vasculha as memórias e objetos deixados para trás, confronta verdades não ditas sobre sua família e identidade. Elle Fanning interpreta uma amiga da protagonista. O filme continua a exploração de Trier sobre relacionamentos, tempo e memória, temas centrais em sua trilogia de Oslo.
Por que PODE concorrer: Distribuído pela Neon (especialista em campanhas de Oscar) e com 97% no Rotten Tomatoes e 88 no Metacritic, o filme conta com atuações que estão sendo ovacionadas pelos críticos. A exploração íntima de família e memórias é marca registrada do diretor, que já conquistou admiradores na Academia com “A Pior Pessoa do Mundo”.
Por que NÃO pode concorrer: A competição na categoria Internacional está particularmente forte este ano com múltiplos filmes aclamados em festivais. Filmes escandinavos, embora respeitados, nem sempre conseguem espaço nas principais categorias além de Internacional. A natureza introspectiva e lenta da narrativa pode limitar seu apelo a um público mais amplo.
Indicações possíveis:
- Melhor Filme Internacional (representando a Noruega)
- Melhor Filme
- Melhor Diretor
- Melhor Roteiro Original
- Melhor Atriz (Renate Reinsve).
Wicked: Parte 2
Direção: Jon M. Chu

A tão aguardada segunda parte da adaptação cinematográfica do musical da Broadway, continuando diretamente de onde “Wicked” parou. A história aprofunda a transformação de Elphaba (Cynthia Erivo) na Bruxa Má do Oeste e o relacionamento cada vez mais complexo entre ela e Glinda (Ariana Grande). O filme apresenta as canções icônicas da segunda metade do musical, incluindo “For Good”, além de duas novas composições originais de Stephen Schwartz especialmente escritas para o cinema.
Por que PODE concorrer: Sequência do fenômeno que arrecadou quase US$ 1 bilhão e recebeu 10 indicações ao Oscar 2025 (vencendo 2 em categorias técnicas). O filme apresenta duas novas canções originais que já estão gerando buzz para a categoria de Melhor Canção. A base de fãs é massiva, engajada e demograficamente diversa, o que pode influenciar votações.
Por que NÃO pode concorrer: Sequências raramente superam os originais na percepção da Academia, e pode haver fadiga com o universo após a primeira parte ter dominado a conversa no ano anterior. Musicais enfrentam desafios específicos para ganhar espaço nas principais categorias quando não oferecem algo novo.
Indicações possíveis:
- Melhor Filme,
- Melhor Direção
- Melhor Atriz (Cynthia Erivo)
- Melhor Atriz Coadjuvante (Ariana Grande)
- Melhor Figurino
- Melhor Direção de Arte
- Melhor Efeitos Visuais
- Melhor Som
- Melhor Canção Original (duas possíveis indicações).
Frankenstein
Direção: Guillermo del Toro

Adaptação aguardada há décadas por del Toro do clássico de Mary Shelley. O filme segue Victor Frankenstein (Oscar Isaac), um cientista brilhante e egocêntrico cujos experimentos para criar vida resultam na Criatura (Jacob Elordi).
Contado através de uma estrutura narrativa em camadas que alterna entre a perspectiva de Victor e da Criatura, o filme explora temas de paternidade, trauma familiar e a arrogância científica. Del Toro apresenta a história “através de uma perspectiva latino-americana, mexicana, católica“, segundo Isaac, adicionando profundidade espiritual à narrativa gótica. Filmado com efeitos práticos e sets construídos (incluindo um navio baleeiro em tamanho real), o filme estreou em Veneza com 86% no Rotten Tomatoes.
Por que PODE concorrer: Del Toro é amado pela Academia (venceu Melhor Filme e Diretor por “A Forma da Água”) e demonstra aqui seu domínio do cinema gótico. A performance de Jacob Elordi como a Criatura está sendo chamada de “a melhor de sua carreira“, com críticos elogiando sua abordagem física inspirada no teatro Butoh japonês. A produção é tecnicamente deslumbrante, com direção de arte, figurino e maquiagem excepcionais. A trilha sonora “lírica e emocional” de Alexandre Desplat adiciona profundidade. O filme oferece uma adaptação mais fiel ao romance de Shelley do que versões anteriores.
Por que NÃO pode concorrer: A Netflix como distribuidora pode limitar o impacto teatral e a percepção de prestígio entre alguns votantes da Academia. Adaptações de “Frankenstein” são numerosas, e o filme precisa se diferenciar significativamente. Alguns críticos sentiram que a caracterização de Victor como excessivamente antipático prejudica o impacto emocional dos confrontos finais.
Indicações possíveis:
- Melhor Diretor
- Melhor Ator (Oscar Isaac ou Jacob Elordi)
- Melhor Fotografia
- Melhor Direção de Arte
- Melhor Figurino
- Melhor Maquiagem e Cabelo
- Melhor Efeitos Visuais
- Melhor Trilha Sonora.
Marty Supreme
Direção: Josh Safdie

Inspirado livremente na vida do lendário jogador de pingue-pongue Marty Reisman, o filme acompanha Marty Mauser (Timothée Chalamet) na Nova York dos anos 1950. A narrativa de 2h29min segue o jovem jogador de pingue-pongue cujo sonho de elevar o esporte à fama nacional o leva a situações cada vez mais absurdas.
Por que PODE concorrer: As primeiras reações chamam o filme de “a melhor obra de Safdie até agora” e “um dos melhores filmes de 2025”. Chalamet entrega o que está sendo chamado de “a performance de sua vida” ou sua “melhor performance até agora”, com seu carisma geracional perfeitamente adequado ao papel.
A A24 tem histórico impressionante de campanhas vencedoras e está posicionando este como seu grande lançamento de Natal. A cinematografia, direção de arte, montagem cinética e trilha sonora “fenomenal” estão recebendo elogios universais.
Por que NÃO pode concorrer: Como primeiro projeto solo de Josh Safdie (sem seu irmão Benny), há questões sobre como a Academia perceberá seu trabalho individual. Dramas esportivos, especialmente sobre esportes de nicho como pingue-pongue, historicamente lutam para conquistar as principais categorias. A energia frenética e o protagonista moralmente ambíguo podem dividir opiniões.
Indicações possíveis:
- Melhor Filme
- Melhor Diretor
- Melhor Ator (Timothée Chalamet)
- Atriz Coadjuvante (Gwyneth Paltrow)
- Melhor Roteiro Original
- Melhor Fotografia
- Melhor Montagem
- Melhor Direção de Arte
- Melhor Trilha Sonora
O Testamento de Ann Lee
Direção; Mona Fastvold

Dirigido por Mona Fastvold e estrelado por Amanda Seyfried, o filme O Testamento de Ann Lee é um musical histórico que retrata a vida de Ann Lee, fundadora do movimento Shaker no século XVIII.
Por que PODE concorrer: O filme conta com uma distribuição significativa da Searchlight, histórico de campanhas fortes em temporadas de premiação. Amanda Seyfried entrega performance altamente comentada, e Mona Fastvold, após associação em obra premiada, renova sua trajetória autoral. A combinação de musical de época + temática de igualdade de gênero + estilo artístico distinto gera apelo para votantes da academia.
Por que NÃO pode concorrer: Apesar da visibilidade crescente, o filme ainda circula em festival e tem lançamento limitado — o que pode prejudicar o alcance geral da campanha. Além disso, o estilo ousado e o gênero musical (menos favorecido pela Academia atualmente) podem dificultar nomeações amplas fora de categorias técnicas ou de atuação.
Indicações possíveis:
- Melhor Filme
- Melhor Direção (Mona Fastvold)
- Melhor Atriz (Amanda Seyfried)
- Melhor Roteiro Original
- Melhor Trilha Sonora
- Melhor Figurino
- Direção de Arte
Bugonia
Direção: Yorgos Lanthimos

Remake em inglês do filme sul-coreano “Save the Green Planet!” (2003), com roteiro de Will Tracy (“Succession”). A história segue Teddy (Jesse Plemons), um apicultor teórico da conspiração, e seu primo autista Don (Aidan Delbis) que sequestram Michelle Fuller (Emma Stone), CEO de uma empresa farmacêutica, acreditando que ela é uma alienígena da galáxia de Andrômeda planejando destruir a Terra.
O filme é um thriller psicológico que oscila entre comédia ácida e violência, explorando temas de conspiração, capitalismo desenfreado e deterioração da verdade. Filmado em 35mm com câmeras VistaVision, é o quarto filme da colaboração Lanthimos-Stone.
Por que PODE concorrer: Lanthimos é favorito da crítica e da Academia (“Pobres Criaturas” ganhou 4 Oscars). As performances de Stone e Plemons estão sendo aclamadas.. O filme conversa com o momento atual de desinformação e polarização. A Focus Features sabe conduzir campanhas eficazes.
Por que NÃO pode concorrer: O estilo bizarro de Lanthimos continua dividindo opiniões – nem todos os votantes conectam-se com seu cinema. A trilha sonora de Jerskin Fendrix, composta apenas com “quatro palavras-chave” sem ver o filme, foi criticada por alguns como desconectada das imagens. Remake de filme estrangeiro pode enfrentar resistência.
Indicações possíveis:
- Melhor Filme
- Melhor Diretor
- Melhor Atriz (Emma Stone)
- Melhor Ator (Jesse Plemons)
- Melhor Roteiro Adaptado
- Melhor Fotografia
- Melhor Maquiagem e Cabelo
O Agente Secreto
Direção: Kleber Mendonça Filho

Ambientado em Recife em 1977, durante a ditadura militar brasileira, o filme acompanha Marcelo (Wagner Moura), um especialista em tecnologia de 40 anos que retorna à sua cidade natal durante o Carnaval, fugindo de um passado violento em São Paulo.
Por que PODE concorrer: O filme foi o mais premiado do Festival de Cannes 2025, vencendo Melhor Ator (Wagner Moura – primeiro brasileiro a vencer), Melhor Diretor (Kleber Mendonça Filho – segundo brasileiro depois de Glauber Rocha em 1967), Prêmio FIPRESCI e Prêmio de Cinema de Arte. Distribuído pela Neon nos EUA (especialista em campanhas internacionais), está oficialmente representando o Brasil na categoria de Filme Internacional.
A performance de Moura é descrita como “extraordinária” e “definidora de carreira“, com “confiança de estrela de cinema old-school”. A direção de Mendonça Filho é elogiada como seu trabalho mais ambicioso, misturando política, memória e sensorialidade.
Por que NÃO pode concorrer: Alguns críticos acharam a narrativa excessivamente detalhada em questões de financiamento de pesquisa governamental e conflitos sociopolíticos regionais, material que pode ser “tedioso”. Filmes brasileiros historicamente enfrentam dificuldades para expandir além da shortlist de Internacional.
Indicações possíveis:
- Melhor Filme Internacional (representando o Brasil)
- Melhor Filme
- Melhor Diretor
- Melhor Ator (Wagner Moura)
- Melhor Roteiro Original
- Melhor Fotografia
- Melhor Montagem
Sonhos de Trem
Direção: Clint Bentley

Dirigido por Clint Bentley (Sing Sing) e estrelado por Joel Edgerton e Felicity Jones, o filme adapta a novela homônima de Denis Johnson. Ambientado no noroeste americano do início do século XX, acompanha Robert Grainier (Edgerton), madeireiro e operário ferroviário que, após se afastar da família por longos períodos, enfrenta uma tragédia inesperada e precisa reconstruir a vida em meio a um mundo em rápida transformação.
Por que PODE concorrer: O filme é distribuído pela Netflix, que possui forte histórico de investimento em campanhas de prêmios e ampla visibilidade internacional. Joel Edgerton é um ator respeitado e consistente, com credibilidade junto à Academia, e a adaptação de uma obra literária de prestígio confere peso narrativo ao projeto.
Se a direção de Clint Bentley mantiver o mesmo realismo poético de trabalhos anteriores, Sonhos de Trem pode se firmar como um drama de prestígio na temporada de premiações..
Por que NÃO pode concorrer: O lançamento enfrenta um cenário competitivo dentro do próprio catálogo da Netflix, que tradicionalmente divide recursos entre múltiplos títulos durante a temporada de prêmios. Além disso, a ausência de exibições em grandes festivais e o baixo nível de repercussão crítica até o momento tornam difícil prever o alcance real do filme nas principais categorias do Oscar, podendo limitar sua presença a indicações mais modestas
Indicações possíveis:
- Melhor Ator (Joel Edgerton)
- Melhor Filme
- Melhor Roteiro Adaptado
- Melhor Fotografia
- Melhor Montagem
- Melhor Direção de Arte
Família de Aluguel
Direção: Hikari

Família de Aluguel é o novo drama dirigido por Hikari (Treta), cineasta japonesa conhecida por seu olhar sensível sobre temas de identidade e pertencimento. Estrelado por Brendan Fraser, Paolo Andrea Di Pietro e Shinji Ozeki, o filme explora relações humanas formadas fora dos laços tradicionais, abordando questões de solidão, afeto e reconstrução familiar. A produção tem despertado curiosidade pela combinação de elenco internacional e uma narrativa intimista ambientada no Japão contemporâneo.
Por que PODE concorrer: A diretora Hikari já demonstrou talento em obras anteriores e tem sido elogiada por sua abordagem delicada de dramas humanos. A presença de Brendan Fraser, vencedor do Oscar por A Baleia (2022), fortalece a campanha e pode atrair atenção da Academia. Além disso, o filme tem recebido comentários positivos em festivais regionais, indicando um potencial apelo emocional genuíno. Histórias centradas em conexões familiares e empatia frequentemente encontram espaço nas premiações.
Por que NÃO pode concorrer: O filme ainda carece de exibição em festivais de grande destaque, como Veneza, Toronto ou Sundance, e não possui uma estratégia de distribuição consolidada nos Estados Unidos. Sem o suporte de um estúdio ou distribuidora com força na temporada de prêmios, o filme pode ter dificuldades para ganhar visibilidade
Indicações possíveis:
- Melhor Ator (Brendan Fraser)
- Melhor Filme
- Melhor Direção
- Melhor Roteiro Original
Jay Kelly
Direção: Noah Baumbach

Jay Kelly é o novo filme original da Netflix, dirigido por Noah Baumbach, cineasta conhecido por obras autorais como História de um Casamento e Ruído Branco. O longa marca a primeira colaboração de Baumbach com Adam Sandler desde The Meyerowitz Stories (2017) e conta também com George Clooney em um dos papéis principais. Embora os detalhes do enredo ainda não tenham sido oficialmente revelados, fontes de bastidores descrevem o projeto como um drama com tons de suspense e humor ácido, característico da filmografia de Baumbach.
Por que PODE concorrer: Baumbach é um nome respeitado pela Academia, tendo sido indicado anteriormente ao Oscar por História de um Casamento. A combinação de Adam Sandler em papel dramático e George Clooney em um projeto de prestígio da Netflix cria um apelo imediato para a temporada de prêmios.
Por que NÃO pode concorrer: A ausência de informações sobre a estreia em festivais e a recepção crítica torna cedo avaliar suas reais chances. Filmes da Netflix enfrentam forte concorrência interna na temporada de prêmios, o que pode diluir esforços de campanha. Além disso, o estilo introspectivo e cético de Baumbach nem sempre agrada todos os votantes da Academia, especialmente se o tom for mais sombrio ou ambíguo.
Indicações possíveis:
- Melhor Filme
- Melhor Diretor (Noah Baumbach)
- Melhor Ator (Adam Sandler)
- Melhor Ator Coadjuvante (George Clooney)
- Melhor Roteiro Original
- Melhor Montagem
Coração de Lutador
Direção: Benny Safdie

Dirigido por Benny Safdie e estrelado por Dwayne Johnson como o ex-lutador de MMA Mark Kerr, The Smashing Machine retrata a ascensão e queda desse atleta, explorando vitórias, vícios e os efeitos colaterais da busca pela supremacia no esporte.
Por que PODE concorrer: Com Dwayne Johnson entregando uma de suas performances mais elogiadas, transformando-se fisicamente e emocionalmente para o papel — e com Benny Safdie assumindo o protagonismo na direção solo — o filme reúne elementos que a Academia costuma valorizar: biografia esportiva, e mudança de carreira de um astro.
Por que NÃO pode concorrer: Apesar da visibilidade, o filme enfrenta dificuldades inerentes: sua performance de bilheteria foi modesta — arrecadou ao redor de US$ 20 milhões contra orçamento de US$ 50 milhões. Além disso, a corrida ao Oscar exige campanha e visibilidade muito fortes, e embora haja “buzz”, ainda precisa consolidar esse terreno para chegar com força às categorias principais.
Indicações possíveis:
- Melhor Ator (Dwayne Johnson)
- Melhor Direção (Benny Safdie)
- Melhor Filme
- Melhor Fotografia
- Melhor Montagem
- Melhor Roteiro Adaptado
Considerações Finais
A temporada 2026 promete ser excepcionalmente competitiva, com “Uma Batalha Após a Outra” e “Pecadores” liderando as previsões com aproximadamente 11 indicações projetadas cada, seguidos por “Hamnet” com 10. A Warner Bros. lidera entre os estúdios com 28 indicações projetadas, seguida pela Netflix com 16 e A24 com forte presença através de “Marty Supreme” e outros títulos.
O que torna esta corrida particularmente interessante é a diversidade de gêneros e abordagens representados: desde o horror vampiresco de “Pecadores” até o drama histórico de “Hamnet”, passando pelo musical de grande orçamento “Wicked: Parte 2“, a sátira distópica de “Bugonia“, o thriller político brasileiro “O Agente Secreto” e o épico esportivo de pingue-pongue “Marty Supreme“.
A Academia tem demonstrado nos últimos anos maior abertura para gêneros tradicionalmente deixados de fora. O sucesso de “Corra!” abriu portas para horror elevado, “Parasita” quebrou barreiras para filmes internacionais, e “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” mostrou que narrativas experimentais podem conquistar Melhor Filme.
Filmes como “Frankenstein” e “Marty Supreme” demonstram o retorno ao prestígio da filmagem em película 35mm e formatos vintage como VistaVision, refletindo um movimento mais amplo de cineastas contemporâneos que valorizam a textura analógica.
Nos próximos meses, à medida que mais filmes forem exibidos publicamente e as campanhas se intensificarem, este panorama certamente mudará. Muitos dos títulos listados ainda não estrearam comercialmente, e surpresas de última hora sempre emergem. Mas uma coisa é certa: o Oscar 2026 promete ser uma das cerimônias mais disputadas, diversas e imprevisíveis dos últimos anos.
As indicações ao Oscar 2026 serão anunciadas em 22 de janeiro de 2026, e a cerimônia está marcada para 15 de março de 2026.
Qual desses filmes você aposta que chega ao Oscar 2026? Deixe sua opinião nos comentários!










