
Muito antes de Victor Van Dort, de A Noiva Cadáver (2005), ou do carismático Jack Skellington, de O Estranho Mundo de Jack (1993), ganharem vida nas telas com a técnica do stop-motion, Tim Burton já explorava esse estilo em um projeto autoral que reunia poesia, horror e melancolia: Vincent.
Lançado em 1982, o curta-metragem em preto e branco, com pouco mais de seis minutos de duração, é uma das primeiras obras a revelar o estilo visual e narrativo que marcaria a trajetória do cineasta.
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A narrativa gira em torno de Vincent Malloy, um garoto de sete anos com uma imaginação sombria e um desejo peculiar: tornar-se como Vincent Price, o icônico ator dos filmes de terror das décadas de 1950 e 1960. Narrado em versos rimados — com a voz do próprio Price — o curta mistura elementos expressionistas, estética gótica e humor mórbido, características que mais tarde se tornariam assinatura de Burton.
Vincent (1982): Veja o Primeiro Curta de Tim Burton em Stop-Motion

Realizado durante o período em que Tim Burton ainda atuava como animador nos estúdios da Disney, Vincent não teve lançamento comercial em sua época, mas com o tempo conquistou o status de obra cult — especialmente após o reconhecimento de outras animações dirigidas ou idealizadas pelo cineasta. Entre elas está Frankenweenie, que surgiu inicialmente em formato live-action, em 1984, e foi revisitada por Burton décadas depois em uma versão em stop-motion lançada em 2012.

Assim como Vincent, Frankenweenie carrega uma forte carga emocional e autoral, funcionando como uma homenagem afetuosa aos filmes de terror do passado, ao mesmo tempo em que aborda temas delicados como luto, solidão e memória, sempre sob a estética sombria e poética característica do diretor.